Bandeirantes/MS, 25 de junho de 2025

Redes Sociais

Justiça mantém liberdade de estudante de medicina que matou corredora atropelada

João Vitor antes da audiência de instrução e julgamento ocorrida no último dia 10. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Defesa havia entrado com habeas corpus e TJMS manteve a liberdade do estudante

TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve a liberdade do estudante de medicina, João Vitor Fonseca Vilela, acusado de matar Danielle Corrêa de Oliveira atropelada na MS-010, em Campo Grande.

Danielle morreu atropelada na manhã do dia 15 de fevereiro, quando estava praticando corrida na rodovia. Na época, João Vitor foi preso, mas em março ganhou a liberdade provisória.

Nesta terça-feira (24), o advogado José Roberto da Rosa, que representa a defesa do estudante de medicina, confirmou que a 2ª Câmara Criminal julgou o habeas corpus e manteve a liberdade de seu cliente.

“A decisão seguiu o voto do relator, juiz Alexandre Corrêa Leite, que entendeu pela manutenção da liberdade nos termos da liminar concedida em 20 de março de 2025 pelo desembargador Alexandre Branco Pucci”, informou José Roberto.

Advogado José Roberto Rosa em entrevista ao fim da audiência no último dia 10. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Audiência de instrução e julgamento

Na tarde do último dia 10 deste mês, o estudante e algumas testemunhas de defesa foram ouvidos na audiência de instrução e julgamento no Fórum Heitor Medeiros, em Campo Grande.

Durante a audiência, João relembrou o atropelamento ocorrido e se emocionou, pedindo desculpas para as vítimas. “Só queria pedir desculpas para todas as vítimas, porque foi uma tragédia que nunca imaginei na minha vida que eu iria passar. A partir daquele momento, todo dia me lembro e penso na família das vítimas”, falou.

Ao fim de seu interrogatório, por volta das 16h15, João comentou que veio para Campo Grande realizar um sonho, interrompido pela tragédia que mudou toda a sua vida.

“Eu vim para Campo Grande para realizar um sonho, tinha boas referências da Santa Casa, eu vim para ficar seis meses e depois iria para Goiânia. Estava vivendo um sonho da minha vida e aconteceu essa tragédia que mudou toda a minha vida”, finalizou.

Ainda durante a sessão, o estudante falou em ‘desatenção que terminou em tragédia’. “Eu atribuo desatenção momentânea que eu tive e ocasionou uma tragédia. Poderia influenciar[o álcool], mas mesmo com e sem, eu acredito que foi mais devido ao cansaço. Estava distraído, não tinha nenhuma sinalização. Em relação às pessoas, cada um estava na sua velocidade, estavam espaçadas, não vi sinalização nenhuma. A vítima não estava no acostamento, andando no lado direito da via”, disse João.

Estudante de medicina chorou ao ouvir decisão de prisão

Vídeo da audiência de custódia, que ocorreu no dia 16 de fevereiro, mostra o estudante de medicina aos prantos ao ouvir a decisão do magistrado no Fórum de Campo Grande.

Nas imagens, é possível ver o estudante de cabeça baixa e, quando ouve a decisão do juiz, vai aos prantos. Ele estava embriagado quando dirigia o carro e acabou atropelando Danielle, que treinava para uma maratona com um grupo, na MS-010.

João se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas era visível seu estado de embriaguez. O estudante utilizava uma pulseira de uma casa noturna localizada na Avenida Afonso Pena e, dentro do veículo, foram encontradas latas e garrafas de cerveja.

Estudante em audiência de custódia. (Foto: Leitor Midiamax)

Motorista desorientado

A publicitária Gisele Dias praticava corrida com a vítima, e estava no grupo que treinava na manhã de sábado (15).

“Ele (o motorista embriagado) falava que estava indo para a casa dele, falava que morava em Campo Grande, outra hora ele falava que morava perto da Santa Casa, outra hora falava que morava perto do shopping, e a gente estava indo a Rochedo, estávamos a 7 km de Campo Grande”, detalhou a atleta.

“Ele (o motorista) estava muito distante de onde ele pensava que ele estava indo, totalmente sem noção de qualquer coisa”, completa Gisele.

“Não deveriam ser só crimes hediondos que deveriam ser inafiançáveis. Isso foi um crime hediondo, gente, precisa ser revisto isso. Não dá para a pessoa deliberadamente se embriagar, pegar o carro, sair, atropelar uma pessoa, matar uma pessoa, depois voltar para casa e seguir a vida dele. O rapaz, ele estava extremamente embriagado”, desabafou.

Danielle foi morta aos 41 anos, enquanto praticava o esporte que mais amava. (Reprodução, Redes Sociais)
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