Carta anônima levou freira Aline Ghammachi, então madre-abadessa de mosteiro italiano, a ser demitida. Frei lhe dizia: “É bonita demais”
Uma carta anônima levou a freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, até então madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, a perder o cargo e enfrentar acusações de maus-tratos. Como consequência, mais onze freiras deixaram o mosteiro que ela comandava. Agora, Aline diz buscar por justiça.
Nascida no Amapá e formada em administração de empresas, a irmã Aline foi tradutora de documentos sigilosos, intérprete de eventos, e dedicou a vida à Igreja. Aos 33 anos, em fevereiro de 2018, foi indicada para chefiar o Mosteiro San Giacomo di Veglia.
“Acredito que tenha sido a pedido de frei Mauro Giuseppe Lepori. Ele dizia que eu era bonita demais para ser abadessa, ou mesmo para ser freira. Falava em tom de piada, rindo, mas me expôs ao ridículo”, conta. Uma semana depois, no dia 28 de abril, Aline deixou o Mosteiro San Giacomo di Veglia. No dia seguinte, cinco irmãs fugiram somente com o hábito do corpo e foram até uma delegacia, por não aguentarem a pressão que se criou no local.
Outras freiras e noviças deixaram o mosteiro desde então, resultando na saída de 11 das 22 mulheres que vivam no local desde que Aline se foi. As que ficaram, são mais velhas, acima dos 80 anos