Bandeirantes/MS, 13 de maio de 2024

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Assassinatos caem 4,1% em 2023, mas BA segue com mais mortes violentas no Brasil pelo 5° ano seguido, aponta Monitor da Violência

A Bahia teve queda de 4,1% no número de mortes violentas em 2023, mas segue como estado com maior registro de mortes violentas no Brasil pelo 5º ano seguido.

Foram contabilizadas 4.848 mortes violentas no estado baiano no último ano, levando em consideração homicídios dolosos (quando o assassinato é intencional), latrocínios (quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído) e lesões corporais seguidas de morte.

A maioria das vítimas de homicídios dolosos na Bahia é formada por jovens adultos negros. Especialistas apontam que o envolvimento direto (por atuação) ou indireto (por morar em localidades onde há atuação) com o tráfico de drogas é a principal motivação destes assassinatos.

Em setembro do ano passado, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, admitiu que a guerra de facções é a principal responsável pela violência no estado. À época, o bairro de Valéria, na periferia de Salvador, era o ponto central de uma onda de violência após uma operação terminar com um policial federal e quatro homens mortos, é alvo de duas facções criminosas.

Outro caso de repercussão que terminou com morte relacionadas ao tráfico de drogas foi o ataque a tiros que terminou com três homens e um bebê assassinados, em agosto do ano passado, em uma localidade conhecida como Tubarão, no bairro de Paripe, em Salvador.

As investigações apontaram que dois dos homens mortos tinham envolvimento com o tráfico de drogas e o outro respondia por tentativa de feminicídio contra a ex-companheira.

Bairro de Paripe, na região onde os três homens e um bebê foram mortos a tiros, em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Bairro de Paripe, na região onde os três homens e um bebê foram mortos a tiros, em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Outro caso de grande repercussão foi a morte do dentista Lucas Maia de Oliveira, de 36 anos, em novembro, no apartamento em que morava, no prédio de luxo Celebration Garibaldi, localizado no Rio Vermelho, bairro boêmio da capital baiana.

O suspeito foi preso quase um mês depois e contou para a polícia que tinha uma relação de amizade com a vítima, mas os dois brigaram por causa de uma dívida por drogas no valor de R$ 100.

Patrick foi preso suspeito de matar o dentista Lucas Maia — Foto: Arte g1

Patrick foi preso suspeito de matar o dentista Lucas Maia — Foto: Arte g1

Em 2023, 63 pessoas morreram vítimas de latrocínio, quando criminosos assassinam para roubar os pertences.

Logo no primeiro mês do ano, o técnico de enfermagem André Chagas Leite, de 26 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no bairro Felícia, que fica na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia. Ele foi assaltado após comprar produtos em um supermercado.

Técnico de enfermagem foi morto a tiros na Bahia e polícia investigou latrocínio — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Técnico de enfermagem foi morto a tiros na Bahia e polícia investigou latrocínio — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Dois suspeitos do crime foram presos ainda em janeiro, na cidade de Poções, a cerca de 70 km de Vitória da Conquista, onde o caso foi registrado.

Técnico de enfermagem morto com tiro na cabeça na Bahia ia para mercado comprar produtos para fazer almoço — Foto: Reprodução/TV Bahia

Técnico de enfermagem morto com tiro na cabeça na Bahia ia para mercado comprar produtos para fazer almoço — Foto: Reprodução/TV Bahia

Já em setembro, Wdsoncley Lourenço Batista foi morto a tiros em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, após sair do Rio Grande do Norte para comprar um carro na Bahia. Um amigo do homem, que estava com ele no momento dos disparos, também ficou ferido.

As vítimas foram surpreendidas por dois homens armados, que dispararam contra eles e fugiram. Dias depois, um dos suspeitos foi preso e confessou que o crime foi um latrocínio.

“O Monitor da Violência teve e tem um papel estratégico para a discussão de vários temas sensíveis da agenda da segurança pública, a exemplo dos dados sobre redução e esclarecimento de homicídios, letalidade e vitimização policial, sistema prisional, violência contra mulheres, entre outros. Afinal, a experiência internacional revela que é a partir da ação intensa de disseminação de informações fidedignas e qualificadas que políticas públicas são provocadas e gestores se mobilizam”, afirmam Renato Sérgio de Lima e Samira Bueno, diretores do FBSP.

A decisão não significa o fim do Monitor da Violência – apenas do levantamento periódico de assassinatos, diante de um cenário em que dados nacionais e atualizados sobre esses crimes estejam disponíveis para a população.

A parceria seguirá em outras iniciativas, como tem acontecido desde 2017. Nesse período, entre outras coisas, o Monitor da Violência realizou reportagens sobre

  • Solução de investigações de homicídios;
  • Letalidade policial e mortes de policiais militares;
  • Feminicídios;
  • Roubos de carro no Estado de SP;
  • Impacto da decisão do STF que permitiu a substituição da prisão preventiva por domiciliar de grávidas e mulheres com filhos pequenos;
  • Propostas para a segurança pública de candidatos à Presidência da República.
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